Amiga

A vida é muitas vezes metaforizada como um caminho com obstáculos que devemos passar.
Quando visitei a Quinta da Regaleira, em Sintra, há uns anos atrás, tive conhecimento de um local em que essa ideia é levada à letra.
Este poço que aqui vedes constitui um percurso iniciático, um caminho que nos leva às profundezas da terra para nos trazer de novo à superfície, que nos mergulha na escuridão, para de novo encontrarmos a luz.
Também na vida, mergulhamos na escuridão, perdemos o Norte, descemos às profundezas. As contrariedades, as infelicidades, as desavenças com as pessoas, jogam-nos abaixo. Contudo, também nos ajudam a crescer espiritualmente. Devemos entender o azar, as discussões, a morte dos amigos e familiares queridos como um período transitório que vai passar depois do nosso espírito reencontrar o equilíbrio. E quando retomamos o equilíbrio, crescemos, somos mais sábios.
Por outras palavras, cada dificuldade ultrapassada é um patamar atingido, um nível passado, como se de um jogo se tratasse! E isto, até as crianças entendem!
Por vezes achamos que conhecemos as pessoas que nos são mais próximas, mas de repente, algo acontece que nos leva a partir do zero nas nossas relações. Mas, se acaso, estes infortunios não acontecessem, nunca conheceríamos verdadeiramente as pessoas.
Contigo, Solange, foi assim. A nossa amizade restabeleceu-se depois do abalo! Mais forte! Mais bonita!