Fado Maior
Num almoço animado, há algumas semanas atrás, lancei uma provocação ao meu amigo meio-chinês. Queria conhecer algo diferente em Lisboa, visto que as minhas curtas visitas raramente davam para ir mais longe do que aos centros comerciais ou ao médico! O meu chinês, sempre pronto a fazer-me as vontades, prometeu levar-me a um sítio nocturno onde eu nunca fora antes...
E pronto, lá estava eu, no Sábado à noite, pelas 9, aguardando a sua chegada no parque do Jardim do Tabaco, local de encontro acordado entre nós.
Entrámos nas ruelas da animada Alfama e subimos até uma típica praceta, decorada com o rigor da época, onde, por fim, parámos à porta de uma casita cuja entrada dizia “Fado Maior”.
- Casa de Fados... já me lixaram! – pensei. Pela expressão do meu cara-metade, a surpresa também não tinha sido muito agradável para ele.
Foi apenas a primeira impressão. Boa mesa (ai as pataniscas!...), guitarra portuguesa a acompanhar a refeição, gente simpática que serviu primeiro e cantou depois. E que bela voz tem a Dona Julieta!!!
Para a noite ser completa, um grupo vizinho animou o serão com poesia. O Celso Brasil foi excelente a declamar com a sua voz sambante!...
Passando a publicidade e sabendo que os donos escolhem os clientes, por que não passam por lá um destes dias?
Mas atenção... Se por acaso a cortina da entrada estiver estendida e as luzes da sala meio apagadas... Silêncio! Que se está a cantar o Fado!...
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