Problemas de Expressão: 2006-02-26

Problemas de Expressão

Blog anónimo, preenchido com pensamentos, nem sempre inteligentes, mas genuínos. Os que eu não escrevo, são emprestados. Alguns posts tendem para a perversidade, mas só se estiver muito inspirada...

quarta-feira, março 01, 2006

Valsinha




Um dia, ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar
Olhou-a de um jeito muito mais quente do que sempre costumava olhar
E não maldisse a vida tanto quanto era seu jeito de sempre falar
E nem deixou-a só num canto, pra seu grande espanto, convidou-a pra rodar
E então ela se fez bonita como há muito tempo não queria ousar
Com seu vestido decotado cheirando a guardado de tanto esperar
Depois os dois deram-se os braços com há muito tempo não se usava dar
E cheios de ternura e graça, foram para a praça e começaram a se abraçar
E ali dançaram tanta dança que a vizinhança toda despertou
E foi tanta felicidade que toda cidade se iluminou
E foram tantos beijos loucos, tantos gritos roucos como não se ouvia mais
Que o mundo compreendeu
E o dia amanheceu
Em paz

Chico Buarque

segunda-feira, fevereiro 27, 2006

O Conde no Carnaval



Vinte mil pessoas encheram as ruas de Vila Real de Santo António para assistirem ao desfile de Carnaval, que teve como rei José Castelo Branco. O desfile contou com dez carros alegóricos, alusivos ao tema “Os 230 anos da fundação do Concelho”. Os carros desfilaram acompanhados por quatro centenas de foliões trajados a rigor, retratando vários aspectos do concelho, como o obelisco, o Marquês de Pombal, a indústria conserveira, a pesca, Cacela Velha, entre outros aspectos. Também não faltou, o carro alegórico do Rei e da rainha do Carnaval, com toda a cor e alegria que José Castelo Branco proporcionou.
No final do cortejo alegórico, a animação continuou com muita música e ritmos quentes. Vila Real de Santo António recebeu uma banda brasileira.Vila Real de Santo António tem longa tradição de Carnaval e a população e visitantes do concelho enchem por completo as ruas das freguesias para participarem no desfile, dando largas à alegria e deixando-se levar pela brincadeira.Para terça-feira a autarquia promete mais animação, mas desta vez em Monte Gordo, a partir das 15h00.


E pergunto eu...
Como podem 20 mil pessoas perder seu tempo desta forma?
Qual o papel desta personagem na fundação do concelho?
Que tem este homem de especial para atrair tanta gente a uma cidade pequena como a minha? Será a sua excentricidade? A sua fama? Mas fama à custa de quê?

Mais chocante, quanto a mim: como pode um autarca jovem, culto, sério (o qual eu respeito imenso pela coragem e pela garra com que tirou o lugar ao anterior) pagar uma quantidade de dinheiro elevada para um tipo como este vir "passear" a sua ridiculez? Ao menos dava-se o dinheiro a quem dele precisa... tanta gente nova com talento por esse país fora e convidam esta bicha louca para rei!!

Contudo, o objectivo deste autarca foi atingido! Nunca se viu tanto turista num Carnaval Vila Realense como neste ano. Quem ganhou foi a terra, os restaurantes e o comércio. Para o ano que vem, Sr. Presidente, melhore o seu gosto, cultive um pouco mais esta população, que pobreza de espírito já tem por natureza, não precisa mais...

Manhã de Carnaval


Manhã tão bonita manhã
De um dia feliz que chegou
O sol no céu surgiu
Em cada cor brilhou
Voltou o sonho então ao coração
Depois deste dia feliz
Não sei se outro dia haverá
E nossa manhã, tão bela afinal
Manhã de carnaval
Manhã tão bonita manhã
Na vida uma nova canção
Cantando só teus olhos
Teu riso, tuas mãos
Pois há de haver um dia em que virás
Das cordas de meu violão
Que só teu amor procurou
Vem uma voz, falar dos beijos perdidos
Nos lábios teus

Canta o meu coração
Alegria voltou
Tão feliz a manhã deste amor

domingo, fevereiro 26, 2006

Les couleurs de l'été indien


Existe um fenómeno no Norte da América chamado Verão Índio. No equinócio do Outono, durante o mês de Outubro e por vezes até meados de Novembro, a natureza veste-se de cores estonteates, as árvores de vermelho, amarelo, cujas folhas secas, ao cairem, salpicam de intensa cor o manto castanho do solo.
Joe Dassin, em Été Indien, canta a saudade de um homem, ao recordar um encontro com a sua amada, um ano atrás, no Outono.

Amores de Outono não se esquecem. Também eu tive o meu Verão Indio...

Tu sais, je n'ai jamais été aussi heureux que ce matin-là
Nous marchions sur une plage un peu comme celle-ci
C'était l'automne, un automne où il faisait beau
Une saison qui n'existe que dans le Nord de l'Amérique
Là-bas on l'appelle l'été indien
Mais c'était tout simplement le nôtre
Avec ta robe longue tu ressemblais
A une aquarelle de Marie Laurencin
Et je me souviens, je me souviens très bien
De ce que je t'ai dit ce matin-là
Il y a un an, y a un siècle, y a une éternité

On ira où tu voudras, quand tu voudras
Et on s'aimera encore, lorsque l'amour sera mort
Toute la vie sera pareille à ce matin
Aux couleurs de l'été indien

Aujourd'hui je suis très loin de ce matin d'automne
Mais c'est comme si j'y étais.
Je pense à toi.
Où es-tu? Que fais-tu? Est-ce que j'existe encore pour toi?
Je regarde cette vague qui n'atteindra jamais la dune
Tu vois, comme elle je reviens en arrière
Comme elle je me couche sur le sable
Et je me souviens, je me souviens des marées hautes
Du soleil et du bonheur qui passaient sur la mer
Il y a une éternité, un siècle, il y a un an

On ira où tu voudras, quand tu voudras
Et on s'aimera encore lorsque l'amour sera mort
Toute la vie sera pareille à ce matin
Aux couleurs de l'été indien